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Workshop DPA Microphones nas emissoras

No finalzinho de Setembro fui convidado para apresentar nas emissoras os microfones da DPA, em conjunto com o pessoal da própria DPA Microphones, como o especialista de produtos dinamarquês Bo Brinck e o representante comercial Leonardo Romero. Participou da tour também o Celso Penteado, representante comercial da marca no Brasil. 

A DPA é uma das empresas mais conceituadas no segmento de microfones, principalmente pela qualidade de seus produtos e eu sou fã da marca a muito tempo, portanto foi muito gratificante participar desses eventos. Mesmo não sendo vinculado de forma alguma à empresa posso dizer com propriedade que os microfones da DPA são motivo de orgulho para alguns.

Não é a toa que os microfones da DPA são altamente considerados em situações críticas de microfonação que exigem absoluta qualidade. Estes traduzem o som de forma pronta, sem necessidade de equalização, mas um dos grandes diferenciais são os microfones com cápsulas miniaturizadas, que podem ser facilmente encaixados em instrumentos musicais ou escondidos no cenário ou na roupa.

As linhas de microfones shotgun e headset também são muito expressivas no mercado, principalmente nas emissoras de TV. Nessa tour visitamos a TV Bandeirantes e a Globo em São Paulo e também o Projac no Rio, o incrível complexo da Globo onde tem aqueles carrinhos de golf para você andar de tão grande que é. Conhecemos pessoalmente muitos profissionais de peso e pudemos apresentar essa linha numa espécie de workshop educacional, onde inclusive participei como tradutor, de inglês para português obviamente, pois não sei falar palavra alguma em dinamarquês. Apesar do trabalho intenso e vôos em horários malucos, todos os dias foram muito "os", explico: produtivos, educativos, divertidos e fizemos muitos amigos.

 Bo Brinck e Leonardo Romero (DPA), Ronconi (Globo) e eu.

Nesses workshops explicamos o por quê dos microfones da DPA serem tão cultuados e fizemos vários testes, inclusive um bastante curioso: posicionamos quatro microfones miniaturizados em locais diferentes em um voluntário e gravamos todos estes simultaneamente no Pro Tools para deixar claro como que cada posicionamento se comporta. Enquanto o som estava sendo gravado produzíamos um ruído de fundo para tentar produzir um desvio de frequências off axis, mas que não existiu, por causa da qualidade dos microfones, isso explico melhor abaixo. O mais interessante é que o posicionamento tradicional de microfone omnidirecional na lapela, imensamente utilizado, é o pior posicionamento possível, principalmente pelo fato da voz ser projetada para cima e não para baixo. Esse posicionamento produz um resultado ainda pior se houver ruído no ambiente. Um headset direcional apontando para a boca lateralmente é a melhor opção. Atente que alguns headsets direcionais apontam para a frente (para onde o locutor está olhando) não melhorando muito a captação, os da DPA por sua vez apontam para o lado, ou seja, para a boca.

Um voluntário para testes recebendo um microfone do Bo Brinck.

Também fizemos alguns testes com violão, gravando no Pro Tools e demonstrando que por conta da linearidade de frequência off axis dos microfones da DPA não é necessário utilizar dois microfones no instrumento, apenas dosar o posicionamento buscando uma relação à produção de médias e médias altas quando apontado para o braço e das baixas, quando apontado para a boca. Uma posição meio termo e o suficiente para se ter um excelente som de violão, também prestando atenção na distância para afinar ainda mais a mixagem do som on axis com o off axis. Fizemos também uma brincadeira utilizando um microfone miniatura como se fosse um mini shotgun (na verdade é um mini shotgun) que é perfeito para esconder no set e microfonar instrumentos.

Eu tocando violão e um profissional da Globo fingindo ser o cenário segurando um mini shotgun, mas com o intuito de testarmos a resposta off axis.

Agora o papo técnico: a DPA produz microfones que tem uma característica muito importante em todos os seus modelos, a linearidade da resposta de frequência fora do eixo principal de captura (off axis). Isso significa que o som que incide lateralmente no microfone não terá nenhum desvio de frequências em relação ao som que incide no eixo do microfone, assim você pode movimentar o microfone e o som que está chegando fora do eixo (normalmente o ruído de fundo) não muda de timbre, você tem apenas a sensação de que o volume deste muda e não que está sendo equalizado enquanto varia seu timbre (tipo um sweep de frequências em um eq). Microfones "normais" não são assim e tem esse defeito de desvio de frequência off axis. Nesse caso o nosso cérebro irá entender essa variação de frequências como sendo muito desagradável e portanto dará mais atenção à ela. Se, por outro lado, o som off axis não sofrer alteração de frequências, o cérebro abstrai. Isso é muito evidente em ruídos de fundo que mudam de características quando um operador de boom fica mudando o posicionamento do shotgun entre atores e há alguma coisa tocando no fundo, como ruídos da rua em uma externa, por exemplo.

Além dessa característica muito importante, os microfones da DPA ainda acomodam níveis muito altos de pressão sonora sem saturar (com alta margem de headroom) e tem um ruído intrínseco muito baixo. Eles realmente entregam o som pronto, com uma clareza indiscutível.  

Um pouco de história: A DPA veio da empresa dinamarquesa Brüell e Kjaer, muito conhecida pelos microfones de medição utilizados a muitas décadas por profissionais sérios e eu lembro de "brincar" com alguns na década de 70 quando meu pai utilizava-os no laboratório da Unicamp. Eu falava neles e ficava vendo a agulha do VU pular... - Teste, 1, 2. Isso com uns 8 anos. Depois, décadas depois, conheci a linha DPA nos estúdios de gravação e a clareza realmente foi surpreendente logo de cara.

Sem fazer propaganda, um DPA e um bom pré é tudo que você precisa para gravar voz e instrumentos de forma tão natural que vão parecer tocar ao vivo quando você ouvir a gravação.

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